estive em toronto, cidade que o povo cisma em chamar de nova iorque do canadá. que nada! fui apresentar o meu filme, "dreznica", no 15º. canadian international documentary festival - hotdocs. era o único filme brasileiro na edição deste ano. lá, ele foi apresentado como filme de arte e a sessão teve a co-apresentação da toronto free gallery. ou seja: agora faço videoarte, só me faltava essa! o povo de lá gostou. e eu, também: o festival é ótimo e eficiente. no hotdocs tive o prazer de conhecer richard leacock, um dos pais do documentário moderno, diretor de clássicos como "primary", filme que inspirou joão moreira salles a filmar "entre atos", sobre a campanha do presidente lula. tá velhinho, sir leacock... o forte do festival é o mercado, um verdadeiro saara de venda de filmes e contatos de co-produção. entre um bando de gente legal, lá também encontrei duas cineastas brasileiras, a liliane sulzbach, diretora de "o cárcere e a rua", que estava no hotdocs para ver filmes e apresentar projetos, e a cléo colomino, matogrossensse que vive em munique, onde é produtora. a cléo foi protagonista do grande momento off-festival, puxando o tapete dos homens presentes e deixando todos de queixo caído com sua performance pra lá de moderninha. figuraça, a matogrossense! o lucke (sky)walker, australiano gracinha e sua produtora e coadjuvante da performance da cléo. lucke não se cansou de ouvir os meus conselhos: "don't do anything". encantou-se pela cléo...entrou em parafuso por conta da cléo. diego rivera, cineasta echo en mexico passando uns tempos em montreal com a namorada, nurya, ótimos! foram assistir "dreznica". e passaram a recomendar "dreznica". diego cultiva um bigode com as pontas voltadas pr` arriba, 100% mex. inti, outro mex figura que no dia da partida virou a noite na tequila e se pirulitou pro aeroporto completamente borracho!! mexicanos, italianos, brasileiros e luck, o australiano: formávamos a delegação da dança! também conheci a kadija de paula, brasileira que trabalha numa organização do governo de ontário que financia projetos artísticos. kadija foi testemunha do dia em que fiquei presa na minha própria bota e só fui libertada com a chegada de uma tropa de elite armada com um alicate! e com ela também tomei caldo de cana no bairro chinês. depois a bichinha passou mal! botou culpa no caldo de cana do china; eu passei por esta experiência antropológica sem nehum dano aparente. fiquei num hotelzinho maravilhoso, uma casa vitoriana cujo proprietário, beelll (bill, com sotaque inglês), tocava piano toda manhã. certa noite, feliz da vida pois sua irmã mais velha havia partido e ele, finalmente, pôde voltar a reunir os amigos do sexo masculino em casa, beell danou a tocar alegremente noite adentro. neste dia eu quis fechar a tampa do teclado na mão dele! lá também trabalha uma tibetana chamada paulne. obviamente, quer que o caldo de cana da china cause botulismo nos governantes mandarins. pais torturados, encarcerados e família exilada no canadá. tinha festa todo santo dia naquele festival, no total de 10 festas! vi documentários até dizer chega! e andei a pé pra caramba aproveitando o melhor de toronto: a tranqüilidade. sessenta por cento da população são imigrantes e, vez por outra, parece que estamos em alguma cidade do oriente, tão grande é o número de olhinhos puxados pelas ruas. e também tem muita gente com cara de brasileiro sem ser. curioso... cidade ótima, agradável, cheia de lojas lindas, o metrô é um convite a boêmia, fecha às 2 da manhã e nos fins de semana funciona 24 horas!! toronto passou no teste com louvor. espero, eu, repetir o teste do hotdocs. volto em breve.