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"porque é impossível ver todos os filmes e comer todas as mulheres, 
o homem inventou a lista dos 10 melhores ... e o amor!"
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[zé josé, o gênio. é dele, sempre, a última palavra.]
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o gato, autor: joão, aos 3 anos, inspirado nos gatunos que perambulam diante de seu prédio, na vila mariana, sp.
 assisti clarita mergulhada numa laguna entre a minha retina e a tela do artplex. é belo e doloroso...íntimo. uma picto-carta de amor que a diretora, thereza jessouroun, escreve à mãe, acometida do mal de alzheimer em estado avançado. vemos cenas documentais da senhora clarita, e ficcionais interpretadas pela atriz laura cardoso, esplendorosa, em praticamente takes únicos, como revelou thereza. quem estaria livre do esquecimento, da demência gerada por este mal? e era então que as lágrimas se vestiam de medo. ao fim da sessão, que aconteceu durante o festival "é tudo verdade", encontrei thereza e dei-lhe um abraço. entre outras, comentei que o belo rosto de clarita não reflete a doença que devastou sua memória e voz, seus movimentos, sua sanidade mental e sua conexão com o mundo... disse thereza: "ela está ainda mais bonita do que na época em que a filmei". como poderia? explica: "por conta do alzheimer, a mente dela não está mais aqui. ela não sofre mais o estresse, e assim conserva o semblante livre das chateações do dia-a-dia". foi então que me recordei de outros pais e de outras mães que conheço, vítimas da mesma doença. com a perda de memória recente, não há o imapacto da loucura cotidiana que nos corrói de mansinho. não há raiva, não há rancor, nada que seja duradouro, nem mesmo o amor. a vida passa a ser um bumerangue de curto alcance, o presente já nasce estrela cadente e tudo volta a um tempo "x" impreciso num respiro. quando percebemos, eles já não estão mais ali: embarcaram na cápsula do tempo que os leva de volta...para onde, quando e porque, um dia, quem sabe, a ciência saberá. isto é: se a hipocrisia do nosso judiciário+religião não atrapalharem a pesquisa com células-tronco embrionárias que acenam com um maior entendimento e controle do alzheimer.
 assisti clarita mergulhada numa laguna entre a minha retina e a tela do artplex. é belo e doloroso...íntimo. uma picto-carta de amor que a diretora, thereza jessouroun, escreve à mãe, acometida do mal de alzheimer em estado avançado. vemos cenas documentais da senhora clarita, e ficcionais interpretadas pela atriz laura cardoso, esplendorosa, em praticamente takes únicos, como revelou thereza. quem estaria livre do esquecimento, da demência gerada por este mal? e era então que as lágrimas se vestiam de medo. ao fim da sessão, que aconteceu durante o festival "é tudo verdade", encontrei thereza e dei-lhe um abraço. entre outras, comentei que o belo rosto de clarita não reflete a doença que devastou sua memória e voz, seus movimentos, sua sanidade mental e sua conexão com o mundo... disse thereza: "ela está ainda mais bonita do que na época em que a filmei". como poderia? explica: "por conta do alzheimer, a mente dela não está mais aqui. ela não sofre mais o estresse, e assim conserva o semblante livre das chateações do dia-a-dia". foi então que me recordei de outros pais e de outras mães que conheço, vítimas da mesma doença. com a perda de memória recente, não há o imapacto da loucura cotidiana que nos corrói de mansinho. não há raiva, não há rancor, nada que seja duradouro, nem mesmo o amor. a vida passa a ser um bumerangue de curto alcance, o presente já nasce estrela cadente e tudo volta a um tempo "x" impreciso num respiro. quando percebemos, eles já não estão mais ali: embarcaram na cápsula do tempo que os leva de volta...para onde, quando e porque, um dia, quem sabe, a ciência saberá. isto é: se a hipocrisia do nosso judiciário+religião não atrapalharem a pesquisa com células-tronco embrionárias que acenam com um maior entendimento e controle do alzheimer.formigas atômicas invadiram o pote de açúcar.
meu café brilha na escuridão.
the pot of sugar has been invaded by atomic ants. my cofee shines in the darkness.
 
nunca tive diário. vez por outra, o céu explodia. recolhia os cacos e os colava, linha a linha, em folhas várias de papéis tantos. as deixei por aí...