terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

vão-se os anéis, ficam os dedinhos

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sabe a tal da balança comercial? pois é, a minha anda deficitária. nos últimos 15 dias tenho acumulado perdas. mas se eu parar para olhar bem, posso até dizer que essas perdas escondem ganhos. pollyanamente falando. mas a útima foi na madrugada de sábado para domingo: levaram o meu carro. em niterói. coisa rara (não o furto): ele estava limpinho e com a barriguinha cheinha de gasolina. quatro pneus estalando de novos, toda mecânica trocada e prestes a entrar num fitness center e sair de lá repaginado. fui acordada com o chamado do meu pai: "levaram o seu carro, levaram o seu carro". levantei, forcei abrir os olhos cegos de sono e ofuscados pelo sol brilhoso pacas deste último domingo. e não é que havia um vazio na calçada onde na noite deixara o palio de tantas emoções, limpinho...quatro pneus novos...?? é: liguei pra minha amiga leila, pedi um help ("mas sem pressa, rc, sem pressa, afinal, hoje é domingo!!") e lá fomos nós pra delegacia mais próxima pra descolar o tal do b.o sem o qual neca de seguro. ah, meus amigos, delegacia de polícia, domingo de verão, é um caso à parte. eu não estava em niterói. estava em tijuana, méxico. não havia luz. o policial, solitário, pingava e dizia que estava passando mal de tanto calor, que não poderia fazer o meu b.o, pois não havia luz. havia a obra do supermercado guanabara na rua e "o supermercado comprara tudo, até a companhia de luz". mas ele tava ali sozinho, queria conversar. então esqueceu a falta de luz e sacou de trás do balcão uma remington do tempo do onça e entre um papo e outro, digitava as informações do b.o. estava ali sozinho, desprotegido, sem luz, com muito calor, de plantão. policiais, cidadãos comuns, todos estamos desprotegidos. os anéis estão indo numa velocidade assustadora e ninguém faz nada. cuidem de vossos dedos. ainda bem que tenho os vinte.
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